Maurício Ferreira

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

RN fecha setembro com saldo positivo

O Rio Grande do Norte fechou setembro com saldo de 4.567 empregos, de acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), divulgado ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Os números positivos foram impulsionados, principalmente, pela retomada de contratações na agricultura, sobretudo do cultivo de cana-de-açúcar, que teve variação positiva de 2.468 postos. No Estado, foram 1.324 postos mantidos.
No mês de setembro, o Rio Grande do Norte teve 18.007 admitidos contra 13.440 demitidos. O saldo representa 1,16%, colocando o Estado no 12° lugar do ranking nacional e quinto na região Nordeste. O salário médio real de admissão ficou em R$ 724,00, sexto entre os nordestinos. No ranking nacional, os potiguares ocupam a 24a. posição, na frente apenas de Alagoas, Piauí e Paraíba.
Este mês foi de avanço e de números positivos para todos os Estados do país. Mas o Nordeste superou as demais regiões na criação de empregos formais, em números absolutos. Foram 89.424 postos de trabalho, o que representou crescimento de 1,51% em termos relativos em comparação ao mês de agosto. O Sudeste, que tradicionalmente é o maior gerador de empregos do país, gerou apenas 67.107 postos e cresceu 0,33%.
Entre janeiro e setembro deste ano, a Região Nordeste acumulou 288.376 empregos com carteira assinada (celetivos), ficando em terceiro lugar no ranking da geração de empregos formais por região. Os destaques do período, em termos absolutos, ficaram com a Bahia, com 80.036 empregos gerados; Pernambuco, onde foram criados 73.331 empregos; e Ceará, com a geração de 49.434 vagas celetistas.
Nos últimos doze meses, a Região Nordeste gerou 359.910 vagas formais, perdendo apenas para a Região Sudeste, que obteve no mesmo período saldo de 1.042.470 empregos com carteira assinada. Os Estados que mais se destacaram foram: Pernambuco (94.965), Bahia (86.039) e Ceará (63.739). Alagoas criou 23.737 vagas; o Maranhão, 23.307; Sergipe, 22.253 vagas; Paraíba, 21.211; o Rio Grande do Norte com 13.027, na frente apenas do Piauí, com 11.632.

MOSSORÓ NA LIDERANÇA
Mossoró liderou o saldo de empregos em setembro, de acordo com dados do Caged. Foram 1.838 vagas mantidas, frente a 1.709 de Natal. Em 2010, Mossoró terminou o ano com balanço positivo de 4.588 empregos com carteira assinada, e Natal, 15.844. O pior resultado foi o de São Gonçalo do Amarante, na região metropolitana, que terminou com saldo negativo de 462 empregos.
Ainda na região Oeste, destacaram-se os municípios de Assú, com resultado positivo de 418 vagas, Pau dos Ferros (129) e Apodi (62).
Mulher ainda ganha menos do que o homem
O Brasil mudou muito na última década, mas ainda não conseguiu superar os problemas de gênero, principalmente quando se trata de emprego e do valor do salário. A diferença de vencimentos em nível nacional é gritante. O empregado de sexo masculino ganha R$ 146,00 a mais que o sexo oposto, de acordo com dados do Caged.
No Rio Grande do Norte, esse número é bem menor, chegando a R$ 46,00. Na Bahia, por exemplo, a diferença de salário de homens e mulheres é de R$ 114,00, e no Pernambuco, R$ 92,00. O maior distanciamento acontece nas duas maiores cidades do país - São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ) -, onde a diferença ultrapassa e se aproxima de R$ 200,00, respectivamente.
De acordo com o Caged, no recorte por gênero, o aumento real do salário médio de admissão obtido pelos homens foi de 7,28%, frente o aumento de 4,39% para as mulheres. A relação entre o salário real médio de admissão feminino versus masculino reduziu de 87,64% em 2010 para 85,28% em 2011, indicando um aumento da diferença dos salários auferidos pelas mulheres frente os percebidos pelos homens, mas está longe de uma equiparação.
Para o sociólogo Aécio Cândido, vice-reitor da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), o problema ainda é cultural. "As culturas resistem e, muitas vezes, não acompanham as mudanças econômicas. Isso leva tempo para que os ajustes sejam feitos", disse.
De acordo com ele, a mulher vem de uma cultura em que ela não está no centro do poder, embora esteja. "A ascensão da mulher foi até rápida no Brasil, mesmo assim os processos mentais são ainda muito lentos", disse.

*jornal de fato

Nenhum comentário:

Postar um comentário