Maurício Ferreira

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Movimento paredista nos Correios completa 15 dias sem avanços nas negociações



A greve dos servidores dos Correios completa hoje 15 dias sem avanço nas negociações entre a Empresa e o Sindicato dos Trabalhadores dos Correios (Sintect). Em Mossoró, de acordo com a direção sindical da categoria, o número de adesões tem crescido mesmo com ameaça do corte de ponto dos trabalhadores.
O vice-presidente da regional do Sintect/RN, José Ferreira, explica que não houve avanços nas negociações do comando nacional de greve devido a intransigência do Governo Federal e da ECT.
"Rebaixamos alguns valores da nossa pauta de reivindicação, mesmo assim a Empresa e o Governo se negam a receber os representantes. Eles só querem negociar se voltarmos ao trabalho, mas quem garante que isso será cumprido, pois tivemos 60 dias para discutir antes da greve e a Empresa não negociou", diz José Ferreira.
Segundo o líder sindical, apesar das ameaças de corte de ponto dos grevistas por parte do Governo e ECT, o movimento paredista tem crescido com novas adesões de trabalhadores dos Correios.
"Cerca de 98% dos trabalhadores estão em greve, isso representa número de 40 servidores. Mesmo diante das ameaças de corte de salários, ganhamos novas adesões, dois trabalhadores que estavam em férias retornaram e se juntaram a nós. Em relação ao corte de ponto, entramos com um pedido na Justiça para garantir o pagamento dos salários dos servidores grevistas", revela o vice-presidente do Sintect.
A direção local do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios pretende realizar uma mobilização conjunta com a categoria bancária em greve desde ontem, 27. "Vamos nos reunir hoje (ontem) com o Sindicato dos Bancários para encaminharmos um ato conjunto das categorias", destaca José Ferreira. 
Atraso
Devido à paralisação dos funcionários dos Correios, o serviço de entrega de correspondência foi afetado na cidade. Conforme assessoria da ECT no Estado, atualmente 15 pessoas estão realizando o serviço de distribuição. Já o Sintect afirma que apenas 8 servidores efetivos e alguns terceirizados estão atuando na agência Mossoró.
"Trabalhadores do setor administrativo foram remanejados para distribuição e entrega, no entanto, por não serem treinados para esse tipo de procedimento, o serviço de entrega das correspondências muitas vezes não é realizado com êxito", avalia o vice-presidente do Sintect.
Diante do impasse entre Governo Federal e categoria, a população é que sai penalizada com o serviço paralisado. A dona de casa Alzinete da Silva reclama que antes recebia as correspondências atrasadas. Porém, agora nem dessa forma a entrega está sendo feita. "A fatura do cartão chegava sempre um ou dois dias após o vencimento, mas agora com a greve já faz mais de oito dias que a data de vencimento passou e até o momento a conta não chegou", conta.

*o mossoroense

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