Largamente utilizada em alguns países da
Europa, essa prática vem aos poucos se desenvolvendo no Brasil
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Resolução é considerada o primeiro passo para o desenvolvimento do mercado de energia solar no Brasil
Abrir a conta de energia elétrica e, em
vez de um valor a pagar, constatar que tem créditos a receber. Parece um
sonho para a maioria das pessoas, mas em vários países e em algumas
cidades brasileiras, essa cena já é realidade.
Largamente utilizada em alguns países da Europa como, por exemplo,
Portugal e Dinamarca, essa prática vem aos poucos se desenvolvendo no
Brasil. A minigeração de energia elétrica proporciona economia dos
investimentos em transmissão, redução das perdas nas redes e melhoria da
qualidade do serviço de energia elétrica, tudo isso sem pesar na conta
de luz do consumidor.
O marco para o desenvolvimento da atividade aconteceu quando a
Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) aprovou, em abril deste
ano, a resolução que estabelece regras para a microgeração e a
minigeração distribuída de energia elétrica no país. A ideia é
viabilizar a instalação, pelos consumidores, de painéis solares ou
microturbinas eólicas em residências, comércios ou indústrias.
Entre outras medidas, a nova legislação prevê que a eletricidade
gerada pelos consumidores seja descontada da conta de luz e o volume
excedente seja transformado em crédito, que poderá ser usado por até
três anos, para abater o consumo dos meses subsequentes. As
distribuidoras terão até 240 dias para se adaptar às regras, incluindo
reforços em suas redes e no sistema de atendimento.
A resolução é considerada o primeiro passo para o desenvolvimento do
mercado de energia solar no Brasil, que, por enquanto, deve crescer a
partir da geração distribuída e não da venda de grandes projetos em
leilões, como no caso das fontes de energia eólica.
No Ceará, começam a surgir as primeiras iniciativas no segmento
residencial e comercial de geração de energia elétrica a partir dos
ventos. Alguns aerogeradores trabalham fornecendo energia elétrica em
pequena escala para condomínios, concessionárias de veículos e pequenas
fábricas em Fortaleza. O Estado é considerado um dos maiores com
potencial de ventos do país, o que favorece a expansão deste tipo de
fonte energética.
PRODUÇÃO INDIVIDUAL DE ENERGIA NO RN
Na esteira do processo de consolidação do mercado eólico nacional, o
Rio Grande do Norte é uma das apostas para a produção individual de
energia. Porém, este tipo de produção energia ainda é limitado, por
causa dos altos custos com equipamentos e instalação. Para o
superintendente do Sebrae/RN, Zeca Melo, ainda é cedo para avaliar o
impacto desta medida em nível local.
“Os efeitos dessa nova forma de geração de energia não serão sentidos
em curto prazo, já que dependem fundamentalmente da adesão do
consumidor e o preço ainda é um entrave. Quando o sistema estiver em
pleno funcionamento, deverá proporcionar benefícios sociais e econômicos
a longo prazo”, afirma o superintendente. Ele acredita que a medida
trará benefícios aos microempresários. “A energia eólica, além de uma
alternativa, é uma grande oportunidade de negócio para o segmento da
pequena empresa”, comenta.
De acordo com Luiz Sérgio Barreto, diretor do Hotel Vila do Mar,
empreendimento localizado na Via Costeira, a regulamentação é muito
positiva, mas ainda é necessário o barateamento em relação aos custos
com equipamentos: “A medida mais importante seria a criação, pelo
Estado, de condições favoráveis para que indústrias fabricantes pudessem
se instalar por aqui. Ao serem criadas essas condições, os equipamentos
poderão ser barateados, aumentando a competitividade no mercado de
geração de energia”, disse.
*Gazeta do oeste
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