Maurício Ferreira

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Agricultores interditam a BR-405 e pedem suspensão da obra do Perímetro Irrigado Santa Cruz

Os trabalhadores sem-terra estão interditando a BR-405, próximo a cidade de Apodi, desde as 8h da manhã desta segunda-feira (16). Eles alegam que seis mil pessoas terão suas terras desapropriadas, por conta da construção do Perímetro Irrigado Santa Cruz do Apodi.
A Polícia Rodoviária Federal afirma que a interdição não tem previsão para ser encerrada, porque a lista de exigências é extensa e os manifestantes querem a presença do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), Governo do Estado e Prefeitura de Apodi. No entanto, nenhum dos três órgãos se disponibilizou a negociar.
A movimentação está acontecendo com fogo e pneus, impossibilitando o tráfego de veículos no local. A Polícia Rodoviária afirma que não a desvio na rodovia, por isso, orienta as pessoas utilizem a RN-117, para se deslocar para a Região Oeste do RN.

Manifestação
Os manifestantes alegam que seis mil trabalhadores rurais serão expulsos de suas terras, devido à construção do Perímetro Irrigado Santa Cruz do Apodi. Por isso, eles a denominaram de “Projeto da Morte” e pedem a suspensão imediata dessa obra.
Esses agricultores ocupam terras improdutivas e criaram o Assentamento Edivan Pinto no mês de julho, quando também interditaram a BR-405. Os trabalhadores pedem para que sejam divididas terras produtivas, para as suas posses.
Segundo dados do MST, se trata do principal assentamento rural do Brasil e também maior símbolo da luta pela reforma agrária no país.

Benefício do projeto
Apesar do protesto dos trabalhadores rurais, a nova barragem, irá garantir o abastecimento de água a 108.000 habitantes, beneficiando um total de 27 cidades do alto oeste potiguar, sendo quatro delas em sua bacia: Apodi, Felipe Guerra, Caraúbas e Gov. Dix-Sept Rosado, e 23 cidades contempladas pela Adutora Alto Oeste.
O custo do investimento total é de R$ 145.629.000,85 (cento e quarenta e cinco milhões, seiscentos e vinte e nove mil e oitenta e cinco centavos), com recursos provenientes dos Governos Federal e Estadual. A previsão é que a obra seja concluída em 18 meses.

*Jornal de Fato

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