Maurício Ferreira

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Número de pequenos negócios cresceu 30% no RN


Nos últimos doze meses, a quantidade de micro e pequenas empresas (MPE) formalizadas no Rio Grande do Norte deu um salto. O número de pequenos negócios enquadradas no Simples Nacional, o regime simplificado de arrecadação de tributos, passou de 63,8 mil para 83 mil empresas entre agosto de 2011 e o início deste mês, um acréscimo de 30,1%. As informações são da Receita Federal e dão conta que a maior contribuição vem da figura jurídica do Empreendedor Individual (EI), que atualmente representa quase a metade do quantitativo dos optantes do Simples no Rio Grande do Norte.

Foram formalizados nesse período 19.259 negócios, incluindo EI e MPE, todos enquadrados no sistema simplificado. São negócios como o da empresária Vera Lúcia Andrade, que, nesse intervalo de tempo, abriu uma empresa, a Yayagut, especializada frozen iogurte. Apesar de comercializar um produto cujas vendas variam conforme a estação, em apenas um ano de abertura, o negócio quase dobrou o faturamento mensal, passando de R$ 8 mil para mais de R$ 15 mil em média.

Uma das explicações para a ampliação de empresas inseridas no Simples tem a ver com o aumento nos limites de receitas para enquadramento, que passaram a vigorar desde o início do ano. O teto de faturamento bruto anual da microempresa subiu de R$ 240 mil para R$ 360 mil e o da pequena passou de R$ 2,4 milhões para R$ 3,6 milhões. O limite máximo do Empreendedor Individual também foi alterado, saindo de R$ 36 mil para R$ 60 mil por ano.

Profissionais autônomos


A evolução marcante foi a do número de Empreendedores Individual, que registrou um crescimento de superior a 83%. No início de setembro do ano passado, os autônomos formalizados nessa categoria jurídica somavam 21.682. As vantagens da formalização atraíram mais de 18 mil novos empreendedores e atualmente o Rio Grande do Norte conta com 39.763 EI.

“Essa formalização gera um aumento da arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para o estado e ampliação do recolhimento do Imposto Sobre Serviço (ISS) para os municípios, recursos que poderão ser convertidos na melhoria da estrutura das nossas cidades”, observa o gestor do programa Empreendedor Individual no SebraeRN, Frank Medeiros.

Segundo ele, esses empreendedores passam a contar com uma oferta intensa e consistente de soluções empresariais que contribuem e facilitam o acesso ao mercado e ao crédito. “Esse apoio e orientação à inovação tecnológica provoca resultados efetivos nos empreendimentos”, destaca. No primeiro trimestre do ano, as microempresas, segmento no qual estão inseridos os EI, foram responsáveis por gerar um saldo positivo de empregos formais no estado, totalizando 2.260 trabalhadores contratados.

Características

De acordo com última pesquisa feita pelo Sebrae, a maioria (55%) dos Empreendedores Individuais potiguares é do sexo masculino e atua nos setores do comércio (46%), com predominância para a comercialização de artigos de vestuário e acessórios (11%). Na área de serviços, os EI representam 33%, com alta concentração de cabeleireiros (7%). O segmento industrial congrega 16% do total e a construção civil (5%).

O levantamento mostra ainda uma predisposição do potiguar para empreender. 45% dos profissionais relacionam a formalização com vontade de ter um negócio próprio, enquanto, para 32%, o principal motivo da formalizaçãoforam os benefícios previdenciários e 10% a possibilidade de emitir nota fiscal. A maior parte (48%) desenvolve as atividades em casa e 34% têm um estabelecimento comercial em prédios apropriados para a finalidade. Apenas 10% atuam na rua e outros (8%) vão aonde estão os clientes, em domicílios ou empresas. Grande parte (78%) não tem outra fonte de renda.
 
*Jornal de Fato

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