Maurício Ferreira

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Governo decide cortar ponto dos servidores em greve

mobilizacao_de_grevistas_da_uernO Governo do Estado decidiu que punirá no bolso o servidor em greve. Ontem, confirmou que descontará os dias não trabalhados por causa da paralisação. A Secretaria de Estado da Administração solicitou às demais secretarias as folhas de frequência dos servidores para levantar faltas e efetivar os descontos no pagamento de junho.
O secretário da Administração, Anselmo Carvalho, justifica a decisão ao esgotamento da possibilidade de diálogo com os servidores em greve, justificando que o governo já apresentou todas as propostas dentro das suas possibilidades jurídicas e financeiras, que não foram aceitas pelas categorias. Com isso, as negociações estão encerradas.
O corte no ponto atingirá agentes e escrivães da Polícia Civil, professores da rede básica e da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern), servidores da Fundação José Augusto, parte dos funcionários do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e ainda os servidores da Empresa de Extensão Rural do RN (Emater) em Natal.
Segundo o chefe de Gabinete Civil do Governo do Estado, Paulo de Tarso Fernandes, trata-se de uma decisão meramente administrativa. Segundo ele, o Governo do Estado vai apenas cumprir o que determina a lei. Com isso, os dias não trabalhados serão descontados dos grevistas já no próximo contracheque, segundo Paulo de Tarso.

REAÇÃO
O presidente da Associação dos Docentes da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Aduern), professor Flaubert Torquato, diz que a entidade ainda não foi notificada sobre a decisão do Governo do Estado de cortar o ponto dos grevistas, mas lamenta "a postura arrogante e intransigente do governo para pressionar os servidores".
Flaubert Torquato diz que essa postura em nada contribuirá para resolver o impasse entre o governo e os servidores e que tende a piorar a relação entre as partes. "É um tipo de radicalização que vai gerar mais radicalização, porque nossa reação será na mesma proporção", assegura o professor, garantindo que as categorias em greve estão unidas.
A decisão do governo de cortar o ponto dos servidores, segundo ele, mostra postura equivocada da administração estadual, "que ao invés de buscar o diálogo, opta por uma decisão truculenta, o que comprova o que a gente vem dizendo desde o começo, ou seja, que o governo não quer dialogar com os servidores".
Sinte promete enfrentar 'guerra jurídica' contra a administração estadual
O coordenador da regional de Mossoró do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Rio Grande do Norte (Sinte/RN), Rômulo Arnaud, também lamenta a postura do governo, porque vai decretar uma guerra jurídica com os servidores, que, segundo ele, estão embasados legalmente para a greve em busca dos seus direitos.
"Se o governo seguir em frente na intenção de cortar o ponto, vamos acionar a nossa assessoria jurídica, porque na verdade quem está infringindo a lei é o governo, que não está cumprindo a Lei do Plano de Cargos nem a Lei do Piso Nacional. Vamos mostrar que quem está fora da lei é o Governo do Estado", disse Rômulo Arnaud.
O coordenador regional em Mossoró do Sindicato dos Servidores da Administração Indireta do Estado (Sinai), Hermes Oliveira, que congrega os servidores do Detran e da Emater, entre outros, disse que a categoria foi pega de surpresa com a decisão do governo de cortar o ponto dos grevistas e descontar os salários dos servidores.
"Porque na reunião dos servidores com os deputados estaduais, que estão intermediando o diálogo, segunda-feira, foi nos repassado que não haveria pedido de inconstitucionalidade das leis dos Planos de Cargos nem retaliação dos servidores, mas o governo mudou a postura", diz, acrescentando que o Sinai analisa resposta à decisão.

fonte:jornal o mossoroense.

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