Maurício Ferreira

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Outubro fecha com 17 pessoas assassinadas em Mossoró



As ações criminosas ocorridas no mês de outubro em Mossoró, onde foram contabilizados 17 assassinatos, tornaram-se as mais violentas do ano, até agora, em se comparando com os demais meses. Os crimes aconteceram nos mais variados locais e bairros, principalmente nos periféricos, onde as ocorrências são mais constantes.


Para a polícia, as estatísticas não são consideradas como motivo de preocupação, quando se comparada ao mesmo período do ano passado. "Tivemos um aumento no número de homicídios agora em outubro, com relação aos demais meses deste ano, porém com as ações de combate e repressão que temos desenvolvido nas ruas, bairros e comunidades rurais de Mossoró, asseguramos que a violência está sob controle e não há motivo para alarme. A Polícia Militar, assim como as demais polícias, está empenhada no combate ao crime", explicou o tenente-coronel Francisco Alvibá Gomes, comandante do 2º Batalhão de Polícia Militar de Mossoró.
Para o comandante, a maioria dos crimes ocorridos em outubro, está associada ao tráfico de drogas ou problemas relacionados a ele. "Se você comparar, fizer uma análise dos locais onde as mortes ocorreram, vai ver que todos eles foram ocasionados próximo a boca de fumo, ou área onde as gangues brigam por espaço", disse.
Outro fator associado à criminalidade que o tenente-coronel Alvibá Gomes destacou foi à questão ligada à liberdade de criminosos, recém-saídos da cadeia. "Eu mesmo comandei várias prisões de elementos influentes no tráfico de drogas de Mossoró. Pessoas acusadas de inúmeros homicídios, que foram presas este ano, passaram aproximadamente 90 dias trancafiados e depois tiveram a prisão relaxada pela Justiça. Esses criminosos voltaram às ruas e passaram a cometer assassinatos ou foram vítimas dos inimigos e morreram", contou.
Ainda de acordo com o comandante, recentemente em três crimes ocorridos na Quixabeirinha as vítimas haviam deixado a prisão há pouco tempo e quando ganharam a liberdade foram executadas pelos desafetos.
"A polícia está investigando as mortes, mas pelas características e locais onde ocorreram, deixam transparecer claramente que são problemas de tráfico. Existe uma conduta entre os traficantes onde dívidas e traições são pagas com a morte dos causadores", comentou.
O delegado Denys Carvalho, titular da Delegacia Especializada em Narcóticos (Denarc) de Mossoró, também destacou que pelas características, locais e pessoas executadas, mais de 90% dos crimes ocorridos este ano podem estar ligados a problemas de drogas.
"Muitos destes que foram assassinados em Mossoró, este ano, já haviam sido presos envolvidos com o tráfico. Os locais, as vítimas e as características dos crimes são muito parecidas com as execuções ligadas ao tráfico. Entre os traficantes existe uma norma que prejuízos e desafetos são punidos com a morte e é o que está havendo em Mossoró", concluiu. 


Estatística crimes/mês
Outubro = 17

Setembro = 10
Agosto = 13
Julho = 11
Junho = 10
Maio = 08
Abril = 12
Março = 09
Fevereiro = 16
Janeiro = 09
Total = 115
Mistério e silêncio circundam crimes nas ruas de Mossoró 
A forma como os assassinatos vêm acontecendo tem assustado a população, que a cada dia tenta se proteger como pode da violência. Alguns crimes praticados pelos marginais tem desafiado os setores de inteligência das policiais militar e civil, que tenta desvendar os mistérios e enigmas deixados pela bandidagem.
Um dos enigmas a ser decifrado pela Delegacia Especializada em Homicídios (Dehom), de Mossoró, responsável pela apuração dos assassinatos, é o caso envolvendo um homem encontrado morto, com as mãos amarradas, em uma estrada carroçável do sítio Coqueiros. José Erivan Pereira, 33, que residia na rua Estudante Edson Júnior de Araújo, no conjunto Integração em Mossoró, foi reconhecido por um irmão, quando foi achado executado a tiros disparados na cabeça.
O delegado Roberto Moura, titular da Dehom, que está investigando o crime, disse que começou a ouvir os familiares da vítima, para tentar montar a linha de investigação.
"Estamos apenas começando a investigação, ouvindo os familiares e amigos da vítima, além de analisar as provas técnicas, coletadas pelo Itep".
O irmão da vítima, que fez o reconhecimento do corpo, contou à imprensa que não sabia de nenhum envolvimento de Erivan com coisas erradas, nem que ele estaria sendo ameaçado de morte, porém levantamentos preliminares apontam que o crime pode estar associado ao tráfico de drogas e que José Erivan tenha sido morto pelos desafetos.

Ministério Público e PM se unem para combater violência 
Deflagrada na última quarta-feira, a "Operação Tolerância Zero" tem procurado cumprir 50 mandados de prisão contra pessoas envolvidas com o tráfico de drogas em Mossoró. A força-tarefa faz parte de um trabalho de investigação do setor de inteligência da Polícia Militar que, em parceria com o Ministério Público estadual, tenta colocar na cadeia traficantes que vêm atuando livremente no município.
De acordo com o comandante do 2º BPM, tenente-coronel Francisco Alvibá Gomes, que tem estado à frente da operação, os pontos de venda de drogas foram mapeados e solicitado à Justiça os mandados de prisão contra os traficantes que comandam as bocas de fumo.
"Com o cumprimento dos 50 mandados de prisão expedidos pela 5ª Vara Criminal local, esperamos tirar de circulação vários criminosos, que não só vendem drogas, como também ordenam assassinatos dos seus desafetos", disse.
A operação, comandada pelo tenente-coronel Alvibá Gomes, teve início nas primeiras horas do dia, visando dar uma resposta à sociedade, no tocante ao tráfico de drogas na cidade.
De acordo com Alvibá Gomes, inicialmente foi feito um trabalho de inteligência para mapear os pontos onde funcionavam as bocas de fumo.


*Jornal O Mossoroense

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