Principais representantes da classe política do RN estiveram reunidos em Brasília para tratar de uma alternativa sobre aeroporto
O
deputado Federal Henrique Eduardo Alves acompanhou a governadora
Rosalba Ciarlini durante reunião da bancada federal do Rio Grande do
Norte com o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito.
O encontro, ocorrido ontem, em Brasília, foi para discutir o
funcionamento do atual aeroporto de Mossoró e as restrições operacionais
impostas pela Aeronáutica. Além da bancada federal, secretários de
estado e municipais de Mossoró, vereadores, deputados estaduais e
empresários locais compareceram à reunião no comando da Aeronáutica. O
ministro Garibaldi filho, da Previdência Social, também acompanhou a
governadora.
O setor da construção civil é o mais prejudicado com os limites e
gabarito para novas construções na área mais nobre da cidade onde fica
uma das cabeceiras da pista do Aeroporto Dix-sept Rosado. O comando da
Aeronáutica identificou 21 obstáculos, desde postes de iluminação
pública e antenas até prédios que dificultam as operações de pouso e
decolagem, pondo em risco a segurança dos aviões e passageiros e das
pessoas em terra. "A população em terra e os passageiros estão
ameaçados", explicou o brigadeiro. Ele disse que não há má vontade da
Aeronáutica com as restrições impostas a Mossoró e outros aeroportos
brasileiros em situação crítica. "São regras internacionais de segurança
de voo das quais o Brasil é signatário", disse Saito.
A necessidade de uma nova pista com terminal de passageiros fora
da cidade foi ponto de conciliação entre os participantes da reunião.
"Precisamos de uma solução definitiva e de uma alternativa em curto
prazo", endossou o líder do PMDB na Câmara dos Deputados. A previsão é
de que o novo aeroporto seja construído entre três e cinco anos. A obra
deverá custar R$ 100 milhões. O projeto, afastado 7 km da cidade, fica
entre a BR-405 e a RN-15, estradas que ligam Mossoró com Baraúna e
Apodi.
Já as adequações do Aeroporto Dix-Sept Rosado poderão custar R$
15 milhões se forem consideradas viáveis pelo comando da Aeronáutica.
Entre as alternativas postas para uma possível solução está a ampliação
da pista em direção ao contorno da BR-304 para que haja um ganho na
segurança de pousos e decolagens. As remoções de obstáculos como postes e
antenas também serão necessárias. As adequações se forem aprovadas pela
Aeronáutica e Secretaria Nacional de Aviação Civil poderão manter o
atual aeroporto em operação, ainda que com restrições, até a construção
de um novo aeroporto, disse o brigadeiro. A coordenadora da Bancada do
Rio Grande do Norte, deputada federal Sandra Rosado (PSB-RN), sugeriu ao
comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, a construção, o quanto antes,
de um novo aeroporto em Mossoró, ao invés de investir na readequação do
antigo. A parlamentar participou de reunião.
Para a parlamentar, o antigo aeroporto deve continuar operando
parcialmente até que o novo seja finalizado. Em 2010, Sandra Rosado
destinou R$ 40 milhões de emenda parlamentar para a obra, que não foi
iniciada. Sem possibilidade de expansão, a ideia é que o novo aeroporto
seja construído entre Mossoró e a comunidade rural de Jucuri.
Em 2011, o Ministério da Defesa publicou uma portaria proibindo
22 cidades de construir edificações nas proximidades dos aeroportos,
entre elas, Mossoró. A medida, tomada para garantir a regularidade das
operações aéreas nos aeroportos do País, tem causado prejuízo à
construção civil, pois proíbe a construção de prédios acima de 15 metros
de altura em relação ao nível da pista do aeroporto, num raio de 4
quilômetros.
"A determinação está inviabilizando novos empreendimentos
imobiliários e provocando desemprego na construção civil", explica
Sandra Rosado.
Desde agosto de 2011 que a Prefeitura de Mossoró não concede
licenças para novos empreendimentos imobiliários. O Sindicato da
Indústria da Construção Civil de Mossoró (SINDUSCOM) estima que cerca de
R$ 300 milhões deixaram de ser negociados do segundo semestre de 2011
para este ano, porque os projetos estão engavetados. Sandra Rosado
sugeriu ao comandante que o Governo Federal deve trabalhar em parceria
com o Governo Estadual para agilizar a obra.
*Gazeta do Oeste
Nenhum comentário:
Postar um comentário