Maurício Ferreira

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Uma cidade que cresceu além do mar



Quando o agricultor Luis da Luz, de 61 anos, se casou e construiu sua primeira casa na Rua do Pargo, seus vizinhos eram apenas pescadores. Na verdade, quando ele era criança nem existia rua nesse lugar. A cidade era apenas uma vila de pescadores na beira da praia, onde hoje está localizada a igreja católica.
Segundo ele, os veranistas já tinham começado a chegar, mas de forma bem limitada. Só nos últimos 15 anos, com a universalização da energia elétrica, depois da privatização da Cosern, é que começou essa "invasão".
Luis nasceu na zona rural, num lugar chamado Gado Bravo, e ainda criança mudou-se para a vila principal. Só a partir da década de 1980 é que começou a ver a cidade subir no rumo do continente. "Nunca quis ir embora para São Paulo nem para o Rio de Janeiro porque o dinheiro de lá é o mesmo daqui", brinca.
O agricultor participou do processo de emancipação e, desde 1997, assume uma das vagas na Câmara Municipal. Mesmo tendo se tornado autoridade, Luis continua sua vida de trabalhador rural e, todo dia, sai de madrugada para o terreno onde cria gado e planta no tempo de inverno.
Para ele, o acúmulo de carros no período de veraneio é o grande problema. Ele não se incomoda com os visitantes, mas neste período sente falta da tranquilidade interiorana da cidade onde nasceu.

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