Maurício Ferreira

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Mossoró tem um dos piores transportes públicos do Nordeste


onibus_belo_horizonteO Plano de Mobilidade Urbana de Mossoró (PMUM), aprovado pela Câmara Municipal no ano passado, é a grande aposta da Prefeitura para melhorar os serviços nesse setor ainda este ano. Enquanto não é implantado, contudo, a situação parece caminhar para um beco sem saída. A empresa Ouro Branco, uma das duas em atuação no ramo por aqui, ameaçou tirar duas linhas de circulação, com a alegação de queda de faturamento como consequência de falta de ações em benefício do transporte coletivo, como ausência de fiscalização de táxis clandestinos.
O jornal O Mossoroense realizou uma pesquisa entre as cidades médias do Nordeste e constatou que o problema é menos simples do que parece. O número de veículos, de linhas e a logística implantada no interior de vários estados da região, embora muitas vezes ainda não seja a ideal, mostra-se superior ao quadro atual e ao futuro planejado para Mossoró.
Campina Grande (PB), que tem quase 388 mil habitantes, dá bem uma ideia da situação precária da capital do Oeste potiguar. Segundo dados da prefeitura campinense, o sistema de transporte urbano por lá é gerenciado por uma autarquia municipal de direito público, com autonomia administrativa e financeira e é chamada de Superintendência de Trânsito e Transportes Públicos (STTP). Campina Grande tem 190 ônibus urbanos, em 19 linhas agrupadas em quatro grupos: circulares, transversais, radiais e distritais. Já em 2007 foi implantado um terminal de sistema integrado, que organiza cerca de 90% das linhas. A comparação com a frota mossoroense é desleal: aqui há apenas tem 33 veículos, em 12 linhas, e o sistema integrado ainda é um sonho não efetivado.
Além disso, os campinenses deverão contar em breve com um Veículo Leve sobre Trilho (VLT), um metrô de superfície, com capacidade de transportar 10 mil passageiros por hora.
Caruaru (PE), 320 mil habitantes, poderá ser contemplado com projeto semelhante. Na capital do Agreste pernambucano houve a assinatura do Termo de Intenções para doar o imóvel da antiga Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA) ao município para implantar um VLT. A ideia é aproveitar toda a estrutura da linha férrea, que passa por 17 bairros. O projeto deve ser viabilizado numa parceira do município, com o estado, o Governo Federal e a iniciativa privada. Com relação a ônibus, a cidade dispõe de 91 ônibus e 30 linhas, gerenciado por cinco empresas.
Petrolina, no Pernambuco, 294 mil habitantes, também apresenta posição superior a de Mossoró. De acordo com dados da Empresa Petrolinense de Trânsito e Transporte Coletivos (EPTTC), a cidade tem quatro empresas, 64 veículos coletivos divididos em 17 linhas. Lá também há uma grande preocupação com a queda no número de passageiro, mas também há um projeto de implantação de um VLT, um projeto da própria Prefeitura Municipal de Petrolina.
No vizinho Ceará, Juazeiro do Norte é outro exemplo de cidade que deu um passo adiante. O transporte público urbano é explorado por três empresas de ônibus, 64 ônibus e 12 linhas. Outras duas companhias são responsáveis pelo transporte intermunicipal, ligando Juazeiro aos municípios vizinhos Barbalha, Caririaçu, Crato e Missão Velha. Os cearenses contam ainda com o metrô do Cariri, que interliga Juazeiro ao Crato e é servido por composições do tipo VLT. A linha entrou em operação de forma experimental em 2009 e representa um investimento de mais de R$ 25 milhões.

*O Mossoroense.

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