Maurício Ferreira

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

As causas da fragilidade do Governo

A fragilidade do Governo Rosalba Ciarlini não está na crise momentânea causada pelo rompimento político do vice-governador Robinson Faria e com a saída do jurista Paulo de Tarso Fernandes do Governo. O nó está na fragilidade dos pilares de sustentação do Governo. Esses pilares são político, mídia, administrativo e financeiro.

A falta do pilar político se caracteriza pela formação de uma base política que não demonstra vontade de defender o governo, apoiadores omissos que não se apresentam na hora do conflito, que querem uma negociação a cada fato e que nos bastidores reclamam e falam mal.

A falta do pilar de mídia é notória. Ninguém na imprensa defende o Governo. A grande maioria não perde uma oportunidade de criticar duramente. As publicações positivas são apenas as matérias pagas. A comunicação é antipática, a relação com os jornalistas é cheia de percalços.

Sobre o pilar administrativo este é um dos mais frágeis. Os servidores estão insatisfeitos. Os sindicatos se sentem traídos. O cidadão chega numa escola ou num hospital e passa a ouvir os lamentos do servidor, suas queixas e muitas vezes é vítima da sua insatisfação.

É claro que tudo isso estaria resolvido se o pilar econômico estivesse sólido. Com dinheiro no caixa se torna mais fácil se entender com os aliados políticos, agradar a imprensa e atender os servidores. O problema é que esse pilar também está fragilizado. O Estado não tem dinheiro sequer para cumprir os compromissos mais urgentes e a própria folha de pessoal não está garantida.

Dez meses depois de ter recebido o Estado em frangalhos, Rosalba Ciarlini não conseguiu encontrar seu rumo. As crises que se sucedem são apenas consequência. A falta dos pilares são as causas.

*Neto Queiroz

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