Maurício Ferreira

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

RN terá 3 vezes a energia que consome

O primeiro parque eólico montado no Rio Grande do Norte foi um da Petrobras no litoral do município de Macau, em 2004. Está em funcionamento com capacidade instalada de 1,8 megawatt. O segundo parque foi em Rio do Fogo; tem capacidade para 49 megawatts. Também já estão em funcionamento o Parque Alegria I, com 51 megawatts, e Mangue Seco III (26 megawatts), em Guamaré. Até 2014, serão 2,6 gigawatts instalados, que é energia suficiente para atender em três vezes a demanda de consumo do Rio Grande do Norte.
Além do Parque Alegria I, a segunda unidade está sendo montada. Terá capacidade de aproximadamente 100 megawatts. No mesmo município existem outros 4 parques sendo montados: Mangue Seco, I, II, IV e V. Existem unidades sendo montadas também em João Câmara, São Miguel do Gostoso e terrenos sendo preparados para também receber torres em Tibau, Grossos, Areia Branca, Porto do Mangue, e também na região da Serra de Santana.
O cenário ambiental do município de Guamaré, com 12 mil habitantes, já foi totalmente transformado e não é nem o município que vai receber o maior número de torres eólicas. Segundo o coordenador de Desenvolvimento de Energia José Mário Gurgel, da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Parazinho terá o maior número de torres eólicas. José Mário lembrou que Parazinho, inclusive, é a única que tem fabricante de torres eólicas instalada.
Mas as unidades fabricadas em Parazinho não atenderão 10% da demanda das torres que vão ser instaladas no Rio Grande do Norte nos próximos três anos. As pás eólicas, turbinas e tubos, segundo Antônio Figueiredo, estão vindo da região de Sorocaba (SP), Paraná, Pernambuco e Fortaleza (CE), onde já estão em operação as fábricas desses equipamentos.
"Se o transporte das pás eólicas, turbinas e tubos está sendo difícil dos portos do Pecém e Suape para o Rio Grande do Norte, mais difícil ainda será para a região serrana, que tem estradas estreitas e com curvas fechadas. Não tem como a carreta de 53 metros fazer a curva", observa Jean Paul Prates. Para transportar uma só torre, mobiliza oito carretas de 53 metros cada e 16 carros pequenos (batedores), além de escolta da Polícia de Trânsito.
O especialista Antônio Figueiredo acrescenta que para fazer o transporte de cada pá eólica, tubo ou turbina, é preciso autorização do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte. "Se considerar que em 2012 serão montadas no Rio Grande do Norte cerca de 800 torres, teremos aí circulando oito mil carretas pelas rodovias federal e estadual do Rio Grande do Norte para transportar os equipamentos do Porto do Suape ou Pecém para as usinas potiguares", explica.
Pás eólicas só podem ser transportadas nas BRs durante o dia
Segundo Antônio Figueiredo, os portos de Natal, Salvador e Fortaleza (Mucuripe) não reúnem condições de acesso para receber pás eólicas. "Quem tenta tem grandes prejuízos", alerta Figueiredo, explicando que as ruas das três capitais são estreitas, têm muita fiação elétrica, sinais de trânsito e, como a carreta é muito longa, não conseguem manobrar. Esse tipo de equipamento só desembarca no Pecém, perto de Fortaleza (CE), e Suape, perto de Recife (PE).
Os portos de Natal, Fortaleza e Salvador têm acesso para receber as turbinas e tubos, porém em horários noturnos e assim mesmo com desembarque direto nas carretas, por não terem local adequado de armazenamento. Nesse caso, os equipamentos seriam descarregados à noite direto nas carretas. Esses veículos fariam as manobras pela cidade ainda à noite e aguardariam o dia amanhecer para poderem circular nas rodovias federais com autorização do Dnit e escolta da PRF.
Na BR, cada carreta só tem autorização para trafegar durante o dia e, assim mesmo, quando chegam a regiões em que existem estacionamentos largos ou postos de combustíveis com espaço, as carretas encostam para o trânsito fluir. Em Mossoró, o ponto de apoio é próximo ao Café Santa Clara. Em Assú é o posto Nossa Senhora dos Impossíveis. A demora é mais pela falta de escolta da PRF ou autorização de circulação do Dnit.

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