Maurício Ferreira

sábado, 17 de setembro de 2011

Após ataques a ônibus e rebeliões, presos são levados à prisão federal


O presídio federal de Mossoró recebeu durante a madrugada de ontem 15 presos que podem ser apontados como os líderes das duas rebeliões feitas durante a semana em unidades prisionais da capital e responsáveis pelos ataques simultâneos contra vários ônibus durante a sexta-feira passada. O secretário da Segurança, Aldair Rocha, negou que a transferência tivesse ligação com os ataques e descartou a participação do Primeiro Comando da Capital (PCC) - facção criminosa de São Paulo - no caos promovido.
Até ontem à noite, as secretarias estaduais de Segurança Pública e Defesa Social e Justiça e Cidadania, responsáveis pelo policiamento e pelas unidades prisionais do RN, respectivamente, não tinham divulgado o nome dos presos que seriam transferidos para o presídio federal de Mossoró nem se todos já eram internos do Sistema Penitenciário Estadual ou se uma parte havia sido presa ontem, por envolvimento com os ataques. Os criminosos vieram em um ônibus escoltado por várias equipes da Polícia Militar e da Polícia Rodoviária Federal. Em Mossoró, agentes federais reforçaram a escolta.
Em entrevista coletiva concedida na capital ontem à noite, o secretário Aldair Rocha tentou minimizar a situação, afirmando que os ataques não teriam sido protagonizados pelo PCC, facção criminosa oriunda do Estado de São Paulo e que tem se ramificado no Brasil inteiro, a partir das prisões. Só na sexta-feira, sete ônibus foram assaltados e queimados (parcialmente) pelos criminosos, além de uma van. Praticamente no mesmo horário, um prédio pegou fogo no bairro Tirol, em Natal, mas a Polícia descartou que o incidente tivesse ligação com os ataques aos ônibus na capital potiguar.
Na opinião da cúpula da segurança no Estado, os atos foram isolados e não há membros da facção criminosa PCC no Rio Grande do Norte. Confirmando três prisões de suspeitos por envolvimento nos crimes, Aldair Rocha garantiu que a população pode ficar tranquila e que todas as tentativas de incêndio foram frustradas. Ele disse ainda que a Polícia estava ontem à noite à procura de criminosos envolvidos com os ataques. "Serviço de inteligência em campo. Esperamos ter o quanto antes as informações da origem desses atos de vandalismo", destacou Aldair Rocha.
Apesar de negar a relação da transferência dos 15 presos de Natal para o presídio federal de Mossoró, o secretário não explicou quais foram os motivos que levaram a solicitar as transferências à Justiça Federal. As duas situações, tanto as rebeliões nas unidades prisionais quanto os ataques a ônibus, se enquadram perfeitamente nas diretrizes que definem a transferência de internos em unidades prisionais estaduais para o Sistema Penitenciário Federal. Situação semelhante aconteceu após uma grande rebelião em Alcaçuz há alguns anos, quando 20 foram mandados para o presídio federal de Mossoró.
Ônibus podem deixar de circular após ataques
O Sindicato das Empresas de Transporte Urbano do Rio Grande do Norte (SETURN) ainda não havia descartado, até ontem à noite, a possibilidade de suspender todas as linhas que circulam na Região Metropolitana de Natal, temendo que novos ataques acontecessem.
O diretor de comunicação do Seturn, Augusto Maranhão, afirmou que a retirada dos ônibus das ruas não está descartada. "Tudo depende da segurança das ruas e avenidas da capital", disse o sindicalista.
Caso os donos das empresas de ônibus não sintam que os trabalhadores e a própria população estejam seguros, os ônibus poderão ser recolhidos gradativamente às garagens a partir desta noite.
O Sindicato das Empresas de Transporte Urbano do Rio Grande do Norte informou ontem que a empresa que mais sofreu danos foi a Santa Maria.
De acordo com Augusto Maranhão, os ônibus atingidos eram das linhas 08 (Redinha - Shoppings), 30A (Cidade Satélite), 07 (Soledade - Shoppings), 47 (Nova Descoberta - Santos Reis), 308 (Eucaliptos - Ribeira), 3001 (Eucaliptos - Centro) e 36 (Brasília Teimosa - Nova Cidade).
Durante a entrevista coletiva concedida ontem à noite, o secretário da Segurança, Aldair Rocha, e o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Francisco Araújo Silva, afirmaram que a segurança nas ruas da capital seria reforçada.
Equipes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) e do Batalhão de Choque (BPCHOQUE), unidades de elite da Polícia Militar, foram mandadas para as ruas.
Paralelo ao trabalho da PM, equipes das Polícias Civil e Federal se reuniram ainda ontem para definir as estratégias que serão adotadas na investigação.

jornal de fato.

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