Maurício Ferreira

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Greve dos Agentes Penitenciários pode gerar rebeliões em Pau dos Ferros



Os agentes penitenciários do Rio Grande do Norte decidiram, no final da tarde de ontem, dar início a uma "greve branca" a partir das próximas visitas às unidades prisionais. "Nós decidimos que somente as pessoas terão acesso aos presídios. Está proibida a entrada de comida, bebida e demais itens que familiares costumam levar para os detentos", afirmou o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários, Alexandre Medeiros. Caso o Governo do Estado não abra um canal de negociações com a categoria, a paralisação total das atividades começará na próxima sexta-feira. 

O fim de semana foi tenso nas unidades prisionais do Estado. Os agentes realizaram duas paralisações de advertência entre o sábado e o domingo. O objetivo era chamar atenção do Governo para a situação na qual trabalham atualmente: sem efetivo, infraestrutura e equipamentos de segurança adequados.

Os agentes cobram, além de melhores salários, condições mais adequadas para o trabalho, como o fornecimento de armas e veículos novos. Além disso, cobram a ampliação do quadro funcional.
Apenas a paralisação de advertência, no último domingo, gerou um princípio de rebelião na cidade de Pau dos Ferros. Os Agentes não realizaram a vistoria nos alimentos que são levados pelos parentes, diante deste impasse, os detentos foram obrigados a receber apenas o almoço fornecido pelo Estado, segundo os presos, de péssima qualidade. A situação pode voltar a se repetir.
Atualmente, cerca de 50 detentos estão detidos no Centro de Detenção provisória de Pau dos Ferros e outros 100 no Complexo Penal.
Temos que torcer que esta medida que será adotada pelos Agentes Penitenciários, não gere prejuízos maiores a comunidade em Pau dos Ferros, pois esta nova realidade pode culminar em rebeliões e, até mesmo, fugas.  
 "Os presos estão no limite da dignidade humana, assim como nós agentes. A diferença é que quando eles saem do presídio, quem paga é a sociedade. É preciso reformular o sistema carcerário potiguar", defendeu Alexandre Medeiros. Para isto, os agentes cobram a criação de uma secretaria específica para a gestão carcerária estadual.

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