Maurício Ferreira

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Professores decidem hoje futuro da greve


Os professores da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), em greve há exatamente 106 dias, podem pôr um fim ao movimento grevista na manhã desta quarta-feira. O assunto será discutido em nova assembleia da categoria na sede da Associação dos Docentes da Uern (ADUERN), a partir das 10h. Professores e Governo do Estado não conseguiram entrar em acordo desde o início da paralisação e o caso foi parar no Tribunal de Justiça (TJ). Até ontem, o tribunal não havia julgado ainda o processo que pede a ilegalidade da greve dos docentes.
Sem vislumbrar uma possibilidade de acordo com o Governo do Estado e acreditando no parecer pela ilegalidade do movimento pelos desembargadores do Tribunal de Justiça, alguns professores já defendem o retorno das aulas na universidade. A paralisação por mais de 100 dias atrasou a conclusão do semestre e afetou o calendário do Processo Seletivo Vocacionado (PSV).
O presidente da Aduern, Flaubert Torquato, disse que o encerramento da greve será uma das pautas colocadas em questão na assembleia desta quarta-feira. "Vamos discutir alguns pontos e este é um deles", admitiu Flaubert ontem à tarde, antes de entrar em uma reunião com o reitor da universidade, Milton Marques, para discutir assuntos relacionados à paralisação dos docentes e técnicos.
O reitor da Uern, Milton Marques, disse que a expectativa é que a paralisação seja encerrada nesta quarta-feira. Na reunião de ontem com os representantes da Uern, Milton Marques tratou de questões que haviam sido reivindicadas pelos docentes ao comando da universidade. "Conversamos sobre alguns pontos internos que devem ser analisados na assembleia de amanhã (hoje) e acredito que amanhã (hoje) a greve acabe. Não tem mais como continuar com isso. São mais de 100 dias e as duas partes já cederam em alguns aspectos, conseguiram conquistas importantes, de forma que o momento agora é de pensar na retomada das atividades", disse o reitor.
Paralisação adia provas do PSV
Com duração de mais de 100 dias, a greve da Uern terminou afetando o calendário do Processo Seletivo Vocacionado (PSV) de 2012. O processo, que deveria ocorrer no mês de dezembro deste ano, só será realizado em março de 2012. O próximo vestibular da universidade deve oferecer cerca de 2.800 vagas para mais de 70 tipos de graduações e modalidades.
O coordenador da Comissão Permanente de Vestibular (COMPERVE), Egberto Mesquita, disse que, com a adesão dos professores que elaboram o edital do PSV à greve, não foi possível confeccionar o documento, atrasando o calendário que já havia sido programado. "Os professores que participam da comissão que elabora o edital aderiram à paralisação, portanto, dependemos do retorno das atividades da Uern para organizar o cronograma do PSV 2012. Segundo nossos cálculos, se o impasse for resolvido nos próximos dias, tudo estará pronto em março do ano que vem", disse Egberto.
Além de adiar a realização do vestibular 2012, a greve na Uern também trouxe consequências aos estudantes que já garantiram uma vaga na instituição. No último mês de julho, a Reitoria da universidade publicou um Ad Referendum, no qual suspendeu todas as atividades acadêmicas previstas no calendário universitário de 2011. A medida interrompeu, entre outras coisas, o início do segundo semestre letivo de 2011, que estava previsto o início de agosto, a matrícula dos alunos veteranos e as aulas do segundo semestre de 2011.
Estudantes apoiam retorno
Desde o início da greve, centros acadêmicos dos cursos de graduação da universidade acompanham as discussões levantadas pelos docentes e fizeram questão de participar do debate, exigindo melhorias para a classe estudantil, como reforma em setores da universidade, auxílios para alguns alunos e outros benefícios.
O presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE/Uern), Petrônio Andrade, disse que em assembleia na noite de terça-feira representantes da classe estudantil decidiram apoiar o retorno imediato das atividades na universidade. "Achamos que não tem mais o que conseguir junto ao Governo do Estado e, no nosso caso, já conseguimos algumas garantias do comando da Uern sobre reformas em prédios do campus central, auxílio-moradia e alimentação para alunos, entre outras coisas. Assim, apoiamos o retorno das aulas", disse Petrônio.

*jornal de fato.

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