Maurício Ferreira

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Homicidios almentam 45% em Mossoró




O ano de 2011 vai terminar como um dos mais violentos na história de Mossoró. Foram precisos apenas cinco meses para que o número de assassinatos registrados na cidade no ano anterior fosse superado facilmente. Em 2010, nos oito meses, foram registrados 74 assassinatos em Mossoró. Nos cinco primeiros meses desse ano, a guerra urbana já havia resultado em 92 homicídios. Em termos comparativos, 2011 registrou um aumento de aproximadamente 45% nos índices de assassinatos em Mossoró.
Foi justamente pensando nesses elevados índices de violência que o Governo do Rio Grande do Norte, juntamente com o Ministério da Justiça, decidiu lançar hoje a Campanha de Desarmamento, que começa oficialmente a partir deste dia 1º de setembro e se encerra no dia 31 de dezembro. A campanha existe desde 2004 e já foram arrecadadas cerca de 550 mil armas em todo o Brasil. A intenção dos governos municipal, estadual e federal é conscientizar a população sobre os riscos de possuir uma arma de fogo e, consequentemente, reduzir os alarmantes índices de violência na cidade.
De acordo com o secretário municipal de Defesa Social de Mossoró, Alber Nóbrega, a escolha por Mossoró para ser a cidade do RN a sediar o lançamento da campanha do Desarmamento que tem por objetivo alertar quanto à situação preocupante que a cidade vivencia. "Mossoró já extrapolou todos os números de anos anteriores. Trata-se de uma cidade polo que faz fronteira com Ceará e Paraíba, entre capitais, influencia a violência, principalmente relacionado às drogas. Então por isso Mossoró foi escolhida para receber esse evento", destacou o secretário, que diz estar ansioso quanto aos resultados.
O lançamento oficial da campanha acontece hoje à noite, às 20h, no Hotel Vila Oeste. No evento estarão presentes várias autoridades ligadas à segurança pública do Rio Grande do Norte e também de estados vizinhos. Estava prevista a presença do Ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, que inclusive chegou a ser anunciado, mas foi confirmado o cancelamento ontem à tarde. Ele virá para um evento em Natal, mas não participará da solenidade em Mossoró. "Drogas, homicídios e outros assuntos serão abordados durante o Fórum", ressaltou o secretário municipal Nóbrega.
Os números de homicídios registrados pela Polícia Militar de Mossoró ilustram bem a preocupação dos governantes em trazer o lançamento da campanha para Mossoró e tentar reduzir ao máximo o número de armas de fogo que circulam pela cidade. Verificando-se os meses de janeiro e agosto de 2010 e 2011, o aumento nos índices de assassinato foi considerável. O crescimento foi de aproximadamente 45%, o que representa 60 mortes a mais. O agravante é que ainda faltam quatro meses para acabar o ano vigente. Com uma média de 16,7 mortes/mês, pode atingir os 200 assassinatos em 2011.
Avanço foi contido com ações ostensivas
A situação da violência em Mossoró poderia estar bem pior se não fosse a realização de inúmeras ações ostensivas que têm sido feitas especificamente pela Polícia Militar em Mossoró. Essa é a opinião do tenente-coronel Túlio César, comandante do II Batalhão de Polícia Militar, em Mossoró.
Hoje a cidade conta com operações constantes que são feitas com apoio de equipes que são enviadas de Natal, como a operação "Mossoró em Paz" e a "Sertão Seguro".
A segunda foi realizada durante vários fins de semana e foi suspensa momentaneamente, enquanto a Sertão Seguro foi lançada recentemente e continua em plena atividade.
A operação Sertão Seguro é feita por equipes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) de Natal, que vêm rotineiramente à região Oeste.
O pico de maior violência em 2011 foi registrado entre os meses de março e junho, quando só nesse período ocorreram 84 assassinatos, o que representa 62% das mortes ocorridas nos oito meses deste ano.
De todos, o mês mais violento foi maio, quando o índice de assassinatos chegou a aproximadamente um por dia. Foram 26 mortes só neste mês.
O tenente-coronel Túlio César lembra que entre os meses de maio e agosto foram realizadas quatro operações e que os serviços de policiamento foram ampliados em toda região.
Até o dia 29 de agosto, contando a partir de janeiro deste ano, foram apreendidas 99 armas de fogo pelo Segundo Batalhão de Polícia Militar.
"Em nenhum período na história do Batalhão de Mossoró se apreendeu tanta arma de fogo em Mossoró", enfatiza o tenente-coronel Túlio César.
Nos meses de julho e agosto, a cidade de Mossoró vivenciou um dos períodos mais tranquilos, avaliando-se pelo número de assassinatos. Foram 10 e 13 casos, respectivamente.

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