Maurício Ferreira

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Grevistas da Uern promovem debate e discutem movimento


Na oportunidade, os professores, técnicos e estudantes lançaram um abaixo-assinado que será entregue à Assembleia Legislativa e ao Governo do Estado.

Os professores da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) em greve há mais de 70 dias se reuniram ontem pela manhã na sede da Reitoria da universidade, com intuito de discutir a situação da Universidade. Na oportunidade, os professores lançaram um abaixo-assinado que será entregue à Assembleia Legislativa e ao Governo do Estado.

A Associação dos Docentes da Uern (ADUERN) lançará hoje o abaixo-assinado pela internet através do site da instituição para que este possa estar disponível a todos. “Estamos aqui para debater mais uma vez a situação crítica pela qual está passando a Uern, a real situação em que se encontra a universidade”, explicou o presidente da Aduern, Flaubert Torquato.

Flaubert disse ainda que além dos problemas de infraestrutura enfrentados, ainda há a dificuldade de trabalho. “A Uern é um patrimônio de todos, por isso o abaixo-assinado, para que todos participem dessa luta. Principalmente os estudantes, que se esforçam para serem aprovados em uma universidade e se deparam com uma condição de dúvida sobre a permanência na mesma, por falta de bolsas de estudos, restaurante universitário, transporte escolar digno, moradia, entre outros problemas”, continuou.

O vice-reitor Aécio Cândido ressaltou que o caminho é o entendimento. “A Reitoria está procurando um entendimento com os professores e os estudantes e está servindo de mediador entre eles e o governo, para que tudo ocorra bem”, destacou.

O professor Valdomiro Morais destacou que o abaixo-assinado é um ato que desperta a sociedade. “O ato começa pela sociedade organizada, com a participação de todos, sempre sabendo os motivos pelos quais estamos reivindicando”, destacou.

O presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Petrônio Andrade, destacou que os estudantes não tinham muito que comemorar no dia de ontem.

“Estamos com duas comissões representadas por membros da Reitoria e por estudantes, que estão tratando de questões de infraestrutura e segurança, tentando conseguir melhorias do estado. Internamente estamos avançando. A universidade está tentando colocar no orçamento, o problema é o governo, que não quer acordo”, destacou.

Petrônio disse ainda que o governo ainda tem que pagar aos estudantes três parcelas de bolsas estudantis que estão atrasadas desde 2010, num valor total de R$ 152 mil. “Tem também a questão do transporte escolar, que está sem condições para conduzir os estudantes”, afirmou.
 

TEMPORÁRIOS

A rescisão dos contratos de 163 professores temporários da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) foi um dos pontos discutidos durante a atividade. A decisão de rescindir os contratos está gerando divergência entre professores e administração da instituição. Os docentes foram contratados para ministrar aulas durante o semestre letivo 2011.1, previsto para ser encerrado em 15 de julho.

“Essa decisão de rescisão de contrato dos professores foi uma decisão administrativa”, afirma a pró-reitora adjunta de Recursos Humanos, professora Lúcia Musmee. Segundo ela, os contratos são feitos por tempo determinado e, de acordo com o calendário da universidade, iriam até o dia 15 de julho, mas, como a folha de pagamento é fechada no final do mês, a rescisão ocorreria em 1º de agosto.

Ela afirma que os professores tinham conhecimento da situação. De acordo com a pró-reitora, a rescisão de contrato não está relacionada à adesão dos professores substitutos à greve.

O presidente da Associação dos Docentes da Uern (ADUERN), Flaubert Torquato, contesta as informações prestadas pela pró-reitoria e diz que os contratos são para um semestre. “O semestre não terminou, ele está suspenso”, diz ele.

De acordo com o reitor da Uern, Milton Marques de Medeiros, por lei, se a universidade tiver contratos provisórios para dar aulas e não estiver em atividade não há como justificar. “Até que a gente foi flexível por um mês”, diz Milton Marques. Com relação à renovação dos contratos, Lúcia Musmee afirma que, como a universidade está em greve não há como definir. Isso só poderá ser feito quando as atividades forem retomadas.

“Certamente, boa parte será renovada”, diz a pró-reitora, acrescentando que alguns não serão renovados porque se tratam de professores que substituem docentes afastados por licença médica que já estão retornando. Segundo ela, o departamento precisa comprovar a necessidade de professores para a renovação do contrato.
 
*Gazeta do Oeste

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