Maurício Ferreira

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

A transformação através do acesso à água



A transformação da vida da população do semiárido é a principal lembrança de José Edson de Albuquerque Araújo, suplente da coordenação da Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA-Potiguar), quando falava sobre o trabalho desenvolvido. "As ações possibilitam uma convivência mais justa com o semiárido que começa a perder a expressão de chão rachado, de gente faminta e vaca morta", expressa.
O resgate da autoestima do povo da região é outro ponto lembrado. "As pessoas começam a se perceber como gente a partir da possibilidade de estar produzindo o seu próprio alimento e conquistando sua soberania", completa.
Hoje, o Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) é executado nos estados do nordeste e em Minas Gerais. No Rio Grande do Norte temos as Unidades Gestoras Territoriais, ATOS, Núcleo Sertão Verde e TECHNE são responsáveis pelas mudanças nas comunidades.
Todas as atividades desenvolvidas são sistematizadas em boletins contando a história de famílias que aprenderam a conviver com o semiárido. Os relatos contam como os técnicos aproveitam os conhecimentos já adquiridos pelas famílias para desenvolver novas possibilidades de aproveitamento das áreas.
As cisternas são construídas pelos próprios beneficiários que aprendem a função de pedreiro e, em seguida, a utilizar a água para produzir a partir do manejo simplificado para produção. Assim eles conseguem plantar hortas, por meio dos canteiros econômicos, criar pequenos animais e produzir suplementos alimentares.
P1MC
O Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC) é a ação mais conhecida da ASA Brasil. A ação vem desencadeando um movimento de articulação e de convivência sustentável com o ecossistema do Semiárido, através do fortalecimento da sociedade civil, da mobilização, envolvimento e capacitação das famílias, com uma proposta de educação processual.
Desde que surgiu até os dias de hoje, o P1MC construiu quase 300 mil cisternas, beneficiando mais de 1,5 milhões de pessoas. No Rio Grande do Norte, 6.602 famílias já foram contempladas e, de acordo com o coordenador, Jean Carlos de Andrade Medeiros, nos próximos dois anos, serão 20 cisternas.
Para o coordenador do projeto, Jean Carlos de Andrade Medeiros, além da melhoria da qualidade de vida das famílias que passam a ter acesso à água, a cisterna torna-se um catalisador de transformações. "A maioria das comodidades atendidas são isoladas", conta.
De acordo com ele, todos que trabalham com esse programa têm uma dimensão de compromisso que assume porque a Organização já tem um histórico de trabalho. O P1MC tem 58 unidades gestoras com 350 profissionais atuando.


*jornal de fato

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