Maurício Ferreira

sábado, 5 de novembro de 2011

Calor faz consumo de água aumentar no RN

Nos 152 municípios atendidos pela Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (CAERN), foram consumidos 8,7 bilhões de litros de água durante o mês de setembro de 2011, 311 milhões de litros a mais do que o verificado no mês anterior. Entre os principais fatores que contribuíram para o aumento no consumo de água está a temperatura, que eleva a partir de setembro e tende a aumentar ainda mais com a chegada do verão.
Embora esperado, o aumento do consumo nesta época do ano é motivo de alerta para os técnicos da Caern, especialmente em cidades de pequeno porto onde os açudes/reservatórios que abastecem estão quase secos ou secos, como é o caso de Luis Gomes e Antônio Martins, na região Oeste do Rio Grande do Norte. Estas duas cidades já estão sendo abastecidas com carro-pipa.
A Caern já suspendeu a cobrança da conta de água. Para complicar o quadro nas cidades de pequeno porte do RN, a Operação Carro-Pipa, executada pelo Exército com recursos do Ministério da Integração Nacional, está suspensa devido à falta de pagamento. A dificuldade também aumenta neste período do ano em cidades como Patu e Caraúbas, que o sistema não dá conta da demanda.
No município de Serra do Mel existe uma dificuldade quase que crônica para abastecer as vilas do município, devido à localização geográfica da cidade e das 22 vilas, que não tem reservatório. A cidade é abastecida através de um sistema adutor de 100km, alimentado com água de três poços e pela adutora Jerônimo Rosado, que não consegue atender a demanda de consumo da cidade.
Em setembro, Mossoró registrou um aumento de aproximadamente 34 milhões de litros de água em relação ao que foi consumido em agosto. No nono mês do ano, a população da segunda maior cidade do Estado consumiu 882.171 metros cúbicos de água (ou 882 milhões de litros) contra 847.995 metros cúbicos gastos no mês anterior.
Entre os maiores municípios do Estado, a exceção ficou com Caicó, cujo volume de água consumido caiu de 239 milhões de litros em agosto para 223 milhões em setembro. Não existe uma explicação para a redução do consumo de água em Caicó. Nas demais cidades, a explicação é o mesmo: estiagem associada ao desperdício de água na torneira, que a Caern pretende combater instalando hidrômetros em todas as residências das cidades do oeste.
A Caern aponta que o volume de água consumido em Natal também é muito alto. Atingiu a marca de 3,3 bilhões de litros em setembro, 571 milhões de litros a mais que o registrado no mês de agosto. O volume consumido a mais seria suficiente para abastecer simultaneamente cidades inteiras como Assú, Pau dos Ferros e Caicó durante um mês e ainda sobraria água.
Natalense consome mais água que pau-ferrense
Segundo o gerente da Regional Natal Sul, que abrange as zonas Leste, Oeste e Sul da capital, Lamarcos Teixeira, o volume de água que está sendo gasto ainda não é considerado preocupante, mas, caso não haja economia de água, a tendência é que algumas áreas da cidade tenham o abastecimento prejudicado na estação mais quente do ano.
"Orientamos a população a economizar água neste período, uma vez que não há como aumentar a produção e, em função do consumo desenfreado, quem mora em partes mais altas (a água chega por gravidade aos reservatórios) pode acabar enfrentando problemas no abastecimento", destaca o gerente Lamarcos Teixeira.
A Caern aponta que o volume de água consumido em Natal atingiu a marca de 3,3 bilhões de litros em setembro, 571 milhões de litros a mais que o registrado no mês de agosto. O volume consumido a mais seria suficiente para abastecer simultaneamente cidades inteiras como Assú, Pau dos Ferros e Caicó durante um mês e ainda sobraria água.
A capital potiguar é responsável por quase 40% de toda a produção de água pela Caern para o Estado. O consumo por habitante (per capta) tem chegado a 400 litros em áreas de Natal e em cidades como Pau dos Ferros, onde o consumo foi de 108 milhões de litros em setembro. A média brasileira é de aproximadamente 132 litros por habitante.
Para conter o desperdício, a Companhia pretende instalar hidrômetros em todos os imóveis da capital até o ano que vem e estender a ação para o interior do Estado. Hoje, o índice de micromedição é de cerca de 80% na capital. Neste sentido, a empresa anunciou que está investindo R$ 9,6 milhões na aquisição de 90 mil hidrômetros para instalar em todo estado. Desse total, Natal ficará com 25 mil, sendo instalados mais 15 mil medidores e substituídos 10 mil antigos por novos.
Além de medir o consumo dos imóveis, a Caern vem substituindo a antiga tubulação de cimento amianto por PVC, mais resistente, para reduzir o índice de vazamentos na rede de água. Cerca de 35 quilômetros de tubulação foram trocados em vários bairros, como Alecrim, Ribeira e Rocas.
"Mas o maior investimento é o educativo. Temos buscado conscientizar a população sobre a importância do uso racional da água, através de atitudes simples, como não irrigar jardins por períodos prolongados, lavar o carro ou a calçada com a mangueira e não deixar o chuveiro ou a torneira o tempo inteiro ligados durante o banho ou a lavagem da louça. São atitudes que individualmente parecem não fazer muita diferença, mas que contam muito se reproduzidas por toda a população", destaca Lamarcos Teixeira.

*jornal de fato

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